AS MIL E UMA NOITES (1974, dir. Pier Paolo Pasolini)
por PC Peixoto
As Mil e Uma Noites de Pasolini constrói a realidade na colcha de retalhos narrativa, reveladora do desejo e da morte sempre iminentes, em um laço indissociável com a vida.
LEIA MAISVARIETY (1983, dir. Bette Gordon)
por Juma
Existe algo muito profundo em olhar. Eu só existo porque alguém em algum momento olhou para mim. Eu só existo no olhar do outro. Eu tenho um pouco de medo de olhar e ser olhada de volta, ser percebida como um ser desejante. Vendo Variety, filme de 1983, dirigido por Bette Gordon, eu olhei para Christine, a personagem principal, e, mesmo que por um milissegundo, me senti olhada de volta.
LEIA MAISO FUNERAL DAS ROSAS (1969, dir. Toshio Matsumoto)
por Leandra Beatriz
O que desejo fazer aqui é, através dos elementos retratados em O Funeral das Rosas, buscar entender o que é essa experiência transexual vivenciada no Japão do final dos anos 60 por Eddie e por suas amigas, fugindo de um essencialismo e uma categorização clara, pois isso é algo que nem o filme se preocupa em fazer.
LEIA MAISOS HOMENS QUE EU TIVE (1973, dir. Tereza Trautman)
por León Tourrucôo
Numa terça-feira à noite, sento na segunda fileira da Sala Redenção, numa sessão repleta de conhecidos, onde será exibido Os Homens Que Eu Tive de Tereza Trautman, filme censurado pela ditadura militar brasileira. Logo após a apresentadora da sessão falar "bem vindes" (saudação comum de espaços progressistas como o do cinema universitário), escuto atrás de mim uma voz grossa que resmunga: "Bem vindes? Essa coisa não existe".
LEIA MAISO IMPÉRIO DOS SENTIDOS (1976, dir. Nagisa Oshima)
por Brenda Lombaldo
Em 1976, a França aboliu as leis de censura e a pornografia passou a ser legalizada. Esse contexto específico permitiu que o diretor Nagisa Ōshima tivesse liberdade plena sobre uma obra erótica, sem censuras, e a partir disso a produção da obra franco-japonesa O Império dos Sentidos foi possível. O filme aborda o sexo, a imagem sexual e a figura do erotismo de modo especialmente provocativo, explícito e cru, sem deixar de lado o romantismo e o misticismo.
LEIA MAISLÍNGUAS DESATADAS (1989, dir. Marlon Riggs)
por Gabriel Ortega
Me parece que Línguas Desatadas herda a identidade do outro e decide por explorar os limites das fronteiras entre cada grupo: "what is he first? A black or a gay?". Mas, em meio a uma "confusão" de aparências e identidades (seja aqueles que ainda não se entenderam ou aqueles que não entendem os outros), o diretor, produtor, narrador e "personagem principal", Marlon Riggs, mostra que os outros também amam.
LEIA MAISCORAÇÕES KAMIKAZE (1986, dir. Juliet Bashore)
por Manu Couto
Uma conversa com Juliet Bashore, diretora de Corações Kamikaze, sobre suas amigas e protagonistas do filme, o contexto queer e de liberdade sexual da época e a ambiguidade entre real e ficção na obra.
LEIA MAISPEPE, LUCI, BOM E OUTRAS GAROTAS DE MONTÃO (1980, dir. Pedro Almodóvar)
por Gigi Liote
Esse foi o único filme da mostra À Flor da Pele que consegui assistir, e, por isso, sei a importância de se conhecer um pouco sobre um filme antes de assistir. Imagina sentar por noventa minutos numa sala pra consumir uma mídia e descobrir que ela é problemática? Eu sei o quanto isso dói. Pra quem quiser saber se Pepi, Luci, Bom e Outras Garotas de Montão é um filme do bem ou do mal antes de assistir, deixo aqui minha resenha crítica, tocando nas questões morais mais importantes representadas e avaliando como elas são abordadas durante a película.
LEIA MAISPEPE, LUCI, BOM E OUTRAS GAROTAS DE MONTÃO (1980, dir. Pedro Almodóvar)
por Laura Antonioli
Tão impossível quanto falar de Pedro Almodóvar sem as cores saturadas e as personagens femininas, é falar do diretor sem mencionar as trilhas sonoras meticulosamente pensadas para todos os seus filmes. Contextualizado na Madri pós-franquista, Pepi, Luci, Bom e Outras Garotas De Montão, primeiro longa-metragem de Almodóvar, retrata a "Movida Madrileña", revolução cultural que marcou a transição espanhola para a democracia.
LEIA MAISEROS (2025, dir. Rachel Daisy Ellis)
por Miguel de Loreto Neto
Todo mundo morre e quase todo mundo transa e se você, leitor, quiser fazer parte do segundo grupo, terá de responder algumas perguntas. E existem várias: Quando? Como? Para que? Há quem pense que não mencionei o mais importante: com quem? De todas, aquela que mais me chama atenção, é logística e fundamental: Onde? Essa é a pergunta que Rachel Daisy Ellis encena em Eros, documentário sobre as noites de casais em motéis espalhados pelo Brasil.
LEIA MAISO Puto Veste Branco (1996, dir. Bruce LaBruce, Rick Castro)
por Pedro Tubiana
Passados alguns anos, ele tinha uma sugestão melhor. Voltamos ao início da exposição, onde ele apontou para o trecho que falava de Hustler White, que o Cineclube Vestígio acabou traduzindo como O Puto Veste Branco. Arthur disse que eu ia gostar. Que de todos, provavelmente era o que mais tinha a ver comigo.
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